Análise Do Filme "Escritores Da Liberdade"
rafamorticia15 de Septiembre de 2013
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LIBERTOS PELAS PRÓPRIAS LETRAS
O ensino nas escolas está se desenvolvendo a cada dia e com isso novas questões são levantadas e discutidas. Durante muito tempo os métodos de ensino, de uma forma geral, eram focados apenas no ensino da gramática com temas isolados, sem contextualizar. Quem nunca ouviu uma professora de português entrar na sala falando que na aula de hoje veremos as preposições? Em seguida passava uma lista de preposições que os alunos deveriam decorar para “aprender”. Na hora de aplicar o que foi visto, muitos estudantes apresentam dificuldades, resultado do ensino sem contextualização efetiva de sentido.
Outro problema frequentemente enfrentado dentro do âmbito escolar é o preconceito linguístico principalmente por parte dos professores, ou seja, o preconceito quanto as diferentes formas de falar dos indivíduos que não utilizam a gramática normativa. Essas diferenças surgem devido a diversos fatores, como por exemplos, culturais, econômicos e sociais. Os linguistas aplicados se preocupam com esses fatores como podemos verificar na citação abaixo:
[...] se o linguista aplicado contemporâneo efetivamente ocupa-se de questões socialmente relevantes, precisa manter sua atenção na escola, instituição que tanto pode emancipar ou limitar o sujeito, dependendo da qualidade e da natureza do processo que empreende. (CERUTTI-RIZZATTI, KOERICH, DELLAGNELO, 2008, p. 61).
O trecho acima é vivenciado no filme “Escritores da Liberdade” de Freedom Writers (EUA, 2007) das duas formas limitando o sujeito e ainda o emancipando. Na Escola Wilson onde se passa boa parte da história do filme, os alunos protagonistas inicialmente são “limitados” pois a escola ao invés de cumprir seu papel de educar, respeitando as limitações que todos tinham, principalmente questões econômicas, culturais e sociais, as ignorava e simplesmente apresentavam o conteúdo sem se preocupar se os alunos realmente estava aprendendo.
Com o desenvolver do filme os alunos acabam se “emancipando” com a ajuda da nova professora de Língua Inglesa e Literaturas, a Senhora Erin Gruwell. Isso só acontece porque ela tenta entender a vida dos alunos, as questões sociais que os afetam e ainda consegue chamar e fixar a atenção dos mesmos na escola, demostrando ser uma verdadeira linguista aplicada.
Ainda fazendo uma relação entre o texto e o filme mencionados anteriormente, podemos destacar o seguinte trecho do texto:
“[...] a apropriação de práticas sociais por sujeitos em processo de constituição implica, em grande medida, comportamento linguístico mediado pela escola.” (CERUTTI-RIZZATTI, KOERICH, DELLAGNELO, 2008, p. 62).
No filme, fica evidenciado que a escola, de um modo geral, não quer contribuir para esse “processo de constituição”. Tal fato é comprovado em diversos momentos, como por exemplo, quando a nova professora vai à biblioteca para pegar livros emprestados em favor do aprendizado dos alunos e a coordenadora nega o empréstimo, pois acredita que além dos estudantes estragarem os livros não serão capazes de ler e entender.
As escolas, assim como as universidades, precisam além de ter bons professores, dar suporte aos mesmos, não só no apoio com materiais, mas também, capacitando-os das melhores formas para que esses profissionais possam acompanhar a evolução da língua(gem), da linguística e da educação.
Que a educação tem como papel transformar indivíduos, já não é novidade, mas ainda falta muito para quebrarmos tantas resistências às mudanças.
“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda” Paulo Freire.
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