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A Sexualidade Feminina Nas Cantigas Trovadorescas


Enviado por   •  17 de Febrero de 2014  •  1.214 Palabras (5 Páginas)  •  717 Visitas

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Introdução

Este trabalho tem como objetivo analisar a sexualidade feminina nas cantigas trovadorescas presentes na literatura dos séculos XII à XIV. Pode-se perceber nas cantigas de amigo que o trovador tenta transmitir os sentimentos do eu-lírico feminino que normalmente trata-se de uma mulher do campo, passiva e submissa em relação ao homem e extremamente religiosa. O eu-lírico lamenta a ausência do amado, chorando a saudade de quem partiu ou expressa seus problemas sentimentais e amorosos expondo o sofrimento que lhe causam.

Geralmente, o ambiente das cantigas de amigo é a natureza e o eu-lírico sempre está só ou na companhia de sua mãe ou irmã. Estas cantigas originam-se de uma tradição da Península Ibérica, estando provavelmente ligadas a rituais de fertilidade e de casamentos, pois apresentam sinais de que eram criadas para serem cantadas em coro, enquanto se dançava. A análise da sexualidade feminina será feita através das cantigas de Martin Codax “Mia irmana fremosa, treides comigo” e “- Digades, filha, mia filha velida”, de Pero Meogo.

Nas cantigas de amigo, o eu-lírico feminino fala de seu namorado ou amante, expondo o sofrimento e a dependência que ele lhe causa, normalmente se trata de uma mulher do campo que no ambiente rural, sofre a ausência do amado. Devido aos parâmetros da Idade Média, a desvalorização feminina era tão exorbitante que a própria mulher se desvalorizava e acreditava que sem o homem não poderia seguir sua vida e seu futuro seria incerto. O que se pode comprovar nas obras a seguir.

Desenvolvimento

A obra “Mia irmana fremosa, treides comigo”, de Martin Codax, possui um eu-lírico feminino que está de acordo com o que era correto na época da Idade Média, para que a mulher não fosse desmoralizada diante à sociedade, esta não deveria andar sozinha pelas ruas. Podemos confirmar a obediência às normas sociais nos seguintes versos: “Mia irmana fremosa, treides comigo / a la igreja de Vig', u é o mar salido / e miraremo-las ondas.” (v. 1-3). E em “A la igreja de Vig', u é o mar salido, / e verrá hy, mia madre, o meu amigo / e miraremo-las ondas.” (v. 7-9).

Nesses dois trechos pode-se confirmar a presença da irmã e da mãe, as quais o eu-lírico pede que lhe acompanhem até a igreja, para que não ande sozinho pelas ruas. Já na cantiga de Pero Meogo, “- Digades, filha, mia filha velida”, existe o descumprimento das normas e a desobediência do eu-lírico em relação à mãe. Onde se pode notar a forte presença da sexualidade feminina sendo transcrita com suas aversões ao que era tido como correto para uma mulher da época medieval. Mesmo com a presença da mãe em diálogo com a filha, existe a fuga da mulher que foi sozinha ao encontro do homem amado. O que podemos comprovar nos seguintes versos: “- Digades, filha, mia filha velida / porque tardastes na fontana fria?...” (v. 1-2) e “-Tardei, mia madre, na fontana fria... / cervos do monte a áugua volviam.” (v. 7-8).

A proximidade do mar na cantiga de Codax torna-se metafórico, pois através das ondas, está em um constante movimento de vai e vem, o qual levou o marido em um navio, provavelmente para a guerra, e consequentemente o trará de volta. Na cantiga de Pero Meogo, também se faz existente a presença do eu-lírico que vai até a beira d’água, mas sua alusão é a uma fonte, aonde a mulher vai para encontrar seu amante. Fazendo, assim, com que a presença da natureza seja empregada nos dois poemas. No poema de Meogo, pode-se perceber a partir dos seguintes versos: “- Digades, filha, mia filha velida, / porque tardastes na fontana fria? / (- Os amores hei.)” (v. 1-3).

Nas duas estrofes de “Mia irmana fremosa, treides comigo” citadas anteriormente, há uma grande presença metafórica, onde aparece o Teocentrismo fazendo menção à igreja e, devido ao fato de que as igrejas daquela época eram em meio às cidades, todos iriam vê-la (eu-lírico) acompanhada,

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