Aibo

Aibo

Ter um animal de estimação, é um desejo para uns e uma resignação para outros.

Influências como os gostos pessoais e as condições de vida com que nos deparamos, levam-nos a fazer opções no que toca a assumir um compromisso com um animal, (neste caso em concreto, fazemos abordagem ao cão já que é o foco do caso de estudo).

Pensar que é “um brinquedo vivo” e que serve para estar fechado em casa, não é correcto. Um cão, além de ser considerado “o melhor amigo do homem” e um “amigo fiel”, exige dos donos alguns aspectos, como: tempo, dinheiro, disposição para os bons e maus momentos, paciência para o educar, entre outros. Só assim o concretizamos como ser e moldamos ao nosso jeito, dando a educação que nos parece mais correcta.

Os últimos anos têm aumentado a pressão nas pessoas devido à envolvente competitiva proporcionada pela globalização e pela economia. “Todo o tempo é pouco” e as pessoas cada vez mais têm que se dedicar ao seu emprego. Esta dedicação pessoal acaba por dar certas limitações na vida de cada um, e obriga as pessoas a fazerem opções.

Está mais do que provado que animais de estimação podem diminuir o nível de stress ao fazer companhia aos seus donos. Um estudo feito em virtude da ligação Homem-Animal da Universidade de Purdue, nos Estados unidos da America (EUA), afirma que os robôs de estimação causam exactamente o mesmo efeito que os animais verdadeiros. “A interacção com animais – reais ou não – pode ser útil para melhorar a saúde psicológica, o convívio social e a capacidade de aprendizagem”, disse Gail Melson, líder da pesquisa. Acrescentou ainda que “Existe um movimento para criar substitutos tecnológicos para os animais de estimação, como o Tamagochi, Furby, Tama e o estudado Aibo, e que, à medida que esta tecnologia vai ficando mais sofisticada, o impacto na vida das crianças aumenta”.

O processo de compra começa quando o comprador reconhece um problema ou uma necessidade sendo que esta pode ser provocada por estímulos internos ou externos.

Ao adquirir o robô de estimação Aibo, e assumindo que este não era útil em termos de produtividade, necessidades como a de companhia, convívio, afecto, diversão/brincadeira viriam a ser satisfeitas com a aquisição do mesmo, uma vez que de acordo com o estudo da Universidade de Purdue, nos EUA, estes trariam a nível de convívio social e de aprendizagem, fortes benefícios não só na vida dos idosos como também na das crianças ou ate mesmo dos adultos. Segundo o psicólogo Henry Murray, o acto de brincar/divertir ajuda a evitar tensões. 

O ser humano tem características particulares, ou seja, experiências de vida que lhe fazem tomar diferentes decisões ao longo do seu percurso, inclusive a nível de consumo. Kotler apresenta cinco elementos que caracterizam os factores pessoais: idade e fase do ciclo de vida, ocupação, condições económicas, estilo de vida e personalidade.

“As necessidades e os desejos das pessoas modificam-se ao longo das suas vidas” Kotler.

Como refere a frase, ao longo da vida do indivíduo, consoante a fase que vive e a idade que tem, os desejos, os gostos e as necessidades vão se alterando. Tudo isso é devido às fases do ciclo de vida pelos quais todo o ser humano passa e que de certa forma influencia nas suas necessidades e o no modo de como satisfazê-las. No caso do Aibo, o produto tem a capacidade de provocar o interesse desde crianças a idosos, ou seja, atinge todas as fases do ciclo de vida do ser humano, pois as crianças adoram brinquedos que as possam entreter, assim como adultos e idosos, que no caso de muitos o Aibo serviria como companhia. O mesmo se pode afirmar em relação ao Weebot, pois a finalidade era a mesma que o Aibo, um entretenimento que pudesse fazer companhia, animar, divertir quem o comprasse. Outro factor pessoal que também poderia afectar na compra de certos produtos é a Ocupação. Por exemplo, um empresário vive consoante a sua ocupação exige, ou seja, anda de terno e gravata, tem uma briefcase e pode estar sempre a viajar; a ocupação dos consumidores influencia no seu padrão de consumo. O Aibo pelo produto tecnológico e inovador que é, atrai pessoas com padrões e estilos de vida privilegiados. É um produto que pelo seu preço também atribui status a quem o adquire, interessando apenas a pessoas que o possam pagar. Inversamente, no caso do Weebot, para além de apresentar uma tecnologia bem inferior à do Aibo, tem um valor bem mais acessível para pessoas com um padrão de vida mais humilde. Um Weebot nunca interessaria a um advogado bem sucedido, por exemplo, porque este prefere algo que se ajuste ao seu conhecimento e estilo de vida. Quem ocupa um cargo prestigiado, certamente tem um rendimento alto, e é evidente que o rendimento do indivíduo influencia no seu consumo. As condições económicas são outro factor importante na decisão de compra do consumidor, pois o consumidor só compra um produto consoante o “tamanho do seu bolso”. O Aibo valia 2500 usd, ou seja, um valor que não “cabia” em todos os bolsos, apenas no dos consumidores em que a falta do dinheiro consequente da compra deste produto, não influenciaria de modo algum no seu padrão de vida. Pessoas com um rendimento bem mais baixo, não poderiam sequer pensar em comprar o Aibo, pois pelo valor elevado que era, faria falta mais tarde para qualquer necessidade mais básica, levando-as a comprar o Weebot que ficava por um preço muito mais acessível.

“A personalidade de uma pessoa é composta por uma multiplicidade de componentes que incluem valores, atitudes, crenças, motivos, intenções, preferências, opiniões, interesses, preconceitos e normas culturais” Richer. A personalidade de cada indivíduo faz com que este compre ou não um determinado produto, este pode ser tanto uma pessoa mais racional, que pensa em tudo aquilo que vai fazer, ou uma pessoa mais sentimental, que vai pelo sentimento. A compra do Aibo e do Weebot podia ou não ser prejudicada pela personalidade do indivíduo, independentemente de outros factores. Pessoas obcecadas por produtos tecnológicos adorariam o Aibo e pessoas que não gostassem muito de brinquedos mais avançados e complexos prefeririam o Weebot.

“Cultura é um conjunto de manifestações artísticas, sociais, linguísticas e comportamentais de um povo ou civilização. Uma das capacidades que diferenciam o ser humano dos animais irracionais é a capacidade de produção de cultura” .

Cada civilização tem os seus hábitos, interesses, necessidades e sentimentos que são partilhados por todos os indivíduos que as constituem. Na cultura chinesa, por exemplo, consideram que o uso de facas e garfos é uma

...