Primera Entrada

A palavra ética origina-se do grego ethos, que pode se entender como “modo de ser” ou caráter. E moral deriva do latim mos ou mores, podendo se traduzir por “costume” ou “costumes”. Embora muito semelhantes, possuem práticas diferentes, conforme afirma Soares (2005, p.18-19): A ética opera no plano da reflexão ou das indagações, estuda os costumes das coletividades e as morais que podem conferir-lhes consistência com o objetivo de libertar os agentes sociais da prisão do egoísmo que não se importa com os efeitos produzidos sobre os outros. A ética visa a sabedoria ou o conhecimento temperado pelo juízo. A moral, por outro lado, corresponde a um feixe de normas que as práticas cotidianas deveriam observar, por exemplo, as leis, que iluminam o entendimento dos usos e dos costumes. Dupas (2001) complementa afirmando que a ética, assim, como as demais ciências, confronta-se com acontecimentos praticados pelo homem, partindo da Ano VI, n. 05 – Maio/2010 multiplicidade de diferenças de morais em épocas diferentes com seus valores, princípios e normas equivalentes. Um dos campos mais carentes, no que diz respeito à aplicação da ética é do mundo dos negócios, já que os benefícios de sua prática aparentam ser, num primeiro momento, pouco quantificáveis. (KUNSCH, 2003). É indiscutível a importância da ética para as organizações nos relacionamentos com seus diversos públicos. Ela, cada vez mais, apresenta-se inserida à vida humana e ao contexto empresarial. Conforme nos ensina Britto (2007, p. 5), “Todos como agentes sociais, possuem o dever de prestar a contribuição que lhes seja possível para que se alcance um desenvolvimento duradouro”. Por esse motivo, é freqüente nos depararmos com códigos de ética e conduta relacionados às mais diversas profissões, e, até mesmo, a elaboração de normas próprias por parte das empresas. Normas estas que devem ser cumpridas por todo o corpo funcional. Afinal, ao mesmo tempo que ações éticas podem ser determinantes na escolha e fidelização dos clientes, uma pequena falha na conduta ética de uma empresa, pode resultar em perda da clientela e, em casos mais extremos, no encerramento de suas atividades. Para Kunsch (2003), quando as pessoas acreditam na fidelidade da empresa na qual trabalham, tendem a dar o seu melhor na hora de realizar tarefas. E mais: motivados, esses funcionários passam a desempenhar suas funções em um nível mais elevado. 3 Responsabilidade social nas empresas A idéia de responsabilidade social no ambiente empresarial é relativamente recente. Com as mudanças sócio-econômicas ocorridas a partir da segunda metade do século vinte, como, por exemplo, a quebra do paradigma fordista de trabalho e o avanço científico e tecnológico, as empresas acostumadas à mera e exclusiva maximização dos lucros, foram coagidas a adotar uma postura mais responsável em suas ações. Embora o ato de prestar contas de suas ações sociais ao seu público tenha sua gênese em empresas norte-americanas, foi a França a primeira nação a exigir a prestação de contas dos investimentos sociais das empresas, com mais de 300 funcionários. Ano VI, n. 05 – Maio/2010 O reconhecimento da função social das empresas no Brasil culminou com o estabelecimento da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE) na década de 70 do século vinte, aliado ao enfraquecimento do Estado do Bem-Estar Social (Welfare State). A concepção do conceito de responsabilidade social, entretanto, só ganhou espaço no final da década de 80, consolidando-se nos últimos anos, de 1990 a 2003 (UNIMED, 2009). Segundo Britto (2007, p.6), o movimento da Responsabilidade Social Empresarial (RSE) decorre de três fatores que marcam a nossa contemporaneidade: • A revolução tecnológica (satélites, telecomunicações), que eliminou distâncias e multiplicou a troca de informações via televisão, jornais, rádio, telefone e internet; •

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