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AS MALVINAS, COMO CAUSA ARGENTINA E LATINO-AMERICANA


Enviado por   •  4 de Abril de 2020  •  Ensayos  •  982 Palabras (4 Páginas)  •  110 Visitas

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AS MALVINAS, COMO CAUSA ARGENTINA E LATINO-AMERICANA

Quando falamos que a Argentina tem um conflito soberano com o Reino Unido pela ocupação ilegal das Ilhas Malvinas, queremos dizer na realidade, à usurpação de um território muito mais amplo que o da superfície do arquipélago das Malvinas. O nome genérico "Malvinas" - dito isoladamente e sem o contexto apropriado – podem enganar a natureza do conflito e os espaços geográficos comprometidos por essa situação.

Na abordagem geográfica da "questão das Malvinas" é necessário, dimensionar corretamente o cenário em que a disputa pela soberania territorial está inserida, um conflito crucial que estrutura e dá sentido ao espaço geográfico de todo o Atlântico Sul com projeção no continente antártico.

Consequentemente, os espaços marítimos aparecem em uma segunda ordem de hierarquia em relação ao solo terrestre como um componente geográfico a ser considerado na formação do Estado-nação que foi priorizado em termos de alocação recursos materiais, presença do estado e identificação territorial. Essa ausência tradicional de consciência marítima dos Estados, que não é o caso das potências mundiais, que imperialmente mantém o controle dos oceanos, e que são condição sine qua non para a domínio do mundo. O Reino Unido é o caso prototípico, mas também a posteriori Estados Unidos, da "geografia do poder marítimo. Ao longo dos anos, os Estados expandiram seu mar territorial para explorar os recursos do mar e estabelecer áreas de controle e proteção.

Pensar nas Malvinas sob essa perspectiva exige considerar a encruzilhada Geopolítica em que a região mais meridional da América do Sul é atravessada. Permite entender as razões estruturais pelas quais um poder mundo está pronto para defender os vestígios de seu domínio colonial "perdido" - mas inserido como peça central no esquema de segurança global da América do Norte - enviando uma imponente frota de guerra e mantendo mais de trinta anos de conflito, com custos políticos, econômicos e diplomáticos extremamente altos, bases militares sofisticadas que violam sistematicamente resoluções da ONU. Esses fatores nos permitem entender que o que está em jogo na questão das Malvinas é muito mais do que a disputa sobre "duas pequenas ilhas".

O complexo militar britânico - base naval, aérea e de lançamento míssil— Monte Agradable, localizado a 50 km ao sul de Puerto Argentino, é o centro militar mais importante de toda a América Latina.

Este complexo forma uma série ou "colar de pérolas" com as bases de Ascensión, Tristán da Cunha, Santa Helena, que juntamente com Diego García, no Oceano Índico, serve como tripé de controle militar para a junção dupla Bioceânica Índico-Atlântica e Atlântico-Pacífico.

A partir dessa infraestrutura, que permite operações para britânicos e aliados na vasta área do hemisfério sul, as forças da OTAN usam as Malvinas para realizar treinamento militar na zona fria. Tropas inglesas e americanos treinados lá lutaram no Iraque, por exemplo.

A OTAN, através da Grã-Bretanha, possui uma infraestrutura militar nas Malvinas absolutamente desproporcional à presença de forças argentinas.

Suas bases permitem realizar tarefas de controle de toda a área circundante além de ações para apoiar as atividades britânicas na Antártica (incluindo o monitoramento dos fluxos de e para o estreito de Magalhães). Além disso, a força de ocupação tem aumentado gradualmente suas capacidades militares - e não apenas defensivos - gerando as condições materiais para eventuais intervenções na Antártica, em todo o Atlântico Sul - oeste e leste -, o Patagônia Continental e com alcances até no Brasil.

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