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Imperialismo


Enviado por   •  24 de Noviembre de 2014  •  1.239 Palabras (5 Páginas)  •  139 Visitas

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A Guerra Fria de John Lewis Gaddis – recensão crítica

John Lewis Gaddis, nascido no Texas em 1941, é um historiador de reputação internacional, frequentemente reconhecido como o «decano dos historiadores da Guerra Fria», contando com múltiplas obras publicadas sobre este tema, por exempplo The Cold War: A New History.

Gaddis é Professor de História na Universidade de Yale e pertence ao conselho consultivo do Cold War International History Project tendo ainda sido consultor no documentário Guerra Fria da CNN.

A Guerra Fria é uma monografia pois trata-se de uma dissertação acerca do assunto figurado no título, onde é apresentado um tema único e bem delimitado. O objetivo desta obra, que se encontra dividida em sete temas contando, ainda, com um prefácio, um prólogo e um epílogo, é dar a conhecer de modo claro os acontecimentos verificados entre 1945 e 1991, bem como as suas causas e consequências.

Na obra em análise, Gaddis sumaria logicamente os conteúdos, propondo-se a resumir, para um público de não-iniciados, como surgiu, se desenvolveu e terminou o complexo conflito enunciado no título. O historiador mapeia o ambiente de tensão que, protagonizado pelos Estados Unidos e pela União Soviética, poderia ter culminado numa Terceira Guerra Mundial.

Nesta obra, Gaddis demonstra que embora sem declarações de guerra, os Aliados tinham ambições e interessesdistintos, além de seguirem linhas políticas incompatíveis: enquanto os Estados Unidos e a Inglaterra seguiam o liberalismo e a democracia, Estaline pretendia a vitória do comunismo.

A análise dos primeiros anos da Guerra Fria leva Gaddis a mostrar de forma didática como a questão das armas nucleares cresceu, culminando na bipolaridade que dividiu o mundo.

O ritmo da obra acelera à medida que os acontecimentos descritos se aproximam das décadas recentes. A própria História precipitou-se rapidamente na derradeira fase da Guerra Fria impulsionada por líderes como João Paulo II e Ronald Reagan.

Em 1991, dois anos após a queda do Muro de Berlim, Gorbachev extinguia oficialmente a URSS. Assim, a colisão, que começou sob o signo do terror, findou com o triunfo da esperança. Nas palavras do autor "uma trajetória incomum para grandes convulsões históricas".

Na redação desta obra, John Lewis Gaddis recorreu a fontes primárias visto partir de informação original, ou seja, dados do seu conhecimento pessoal e estudo acerca do tema. Assim, apresenta mapas, fotografias, relatos, diários e transcrições de conversas com pertinência para o assunto, das quais podem ser exemplo discursos de Estaline. Utiliza, também, fontes secundárias na medida em que a obra encerra análises, interpretações e avaliações da informação original tendo o autor recorrido a produções de outrém quesustentassem a sua própria conceção e conferissem maior riqueza ao texto produzido.

O autor desenvolveu uma pesquisa intensa, tendo recorrido a investigações e obras de outros autores como All Roads Lead to Moscow de Marc Selverstone. Nesta bibliografa pertinente podem ainda referir-se contributos de Lorenz Lüthi, Chris Michael e Bryan Wong.

Quanto à metodologia utilizada, compõem esta obra fotografias de figuras e momentos que marcaram o período entre 1945 e 1991 no âmbito da Guerra Fria, permitindo uma visão mais clara dos acontecimentos. De destacar é também o recurso a mapas e esquemas que dão, por exemplo, conhecimento das alianças e bases americanas e soviéticas no início dos anos 70.

A Guerra Fria foi um período difícil em que se jogou com o futuro das populações e em que recursos foram dispendidos em armamentos inúteis, para além das consequências ambientais e de saúde geradas pelos complexos industriais-militares. No entanto, ninguém foi julgado por estes crimes cometidos contra a humanidade. Ainda assim, esta época de tensão poderia ter seguido um rumo diferente do qual ninguém sairia vencedor.

A Guerra Fria é de facto uma obra coerente e clara, acessível a quem pretenda tomar conhecimento desta época conturbada da História. É uma obra de referência para o estudo deste período, apresentando-se engenhosa e detalhada, além de extremamente cativante.

Império (Michael Hardt e Antonio Negri)

Para compreender o “Império” é necessário analisar a produção biopolítica como uma concepção conceitual que passa, pelo menos, por três abordagens: a) a passagem da sociedade disciplinar para a sociedade de controle; b) o biopoder; c) a biopolítica através das corporações e a comunicação. Primeiramente, no que diz respeito à sociedade disciplinar, o comando social se realiza a partir de uma rede difusa de dispositivos que produzem e regulam os costumes, hábitos e práticas produtivas; há obediência às regras e mecanismos de inclusão/exclusão, por meio de instituições disciplinares; o poder disciplinar se manifesta sancionando e prescrevendo comportamentos entre normal-desviantes. Foucault relacionava o surgimento das disciplinas ao antigo regime francês, mas Hardt e Negri associaram o dispositivo disciplinar à primeira fase de acumulação capitalista. Enfim, sobre a sociedade de controle, os mecanismos de poder se tornam mais ‘democráticos’ e imanentes ao campo social, distribuídos por corpos e cérebros; os comportamentos de integração e exclusão são mais interiorizados; o poder é exercido mediante máquinas que organizam o cérebro (sistemas de comunicação, redes de informação) e os corpos (sistemas de bem-estar, atividades monitoradas); caracteriza-se por intensificação e síntese dos aparelhos de normalização e disciplinaridade; o controle se estende bem para fora dos locais institucionais, mediante redes flexíveis e flutuantes. Não se trata apenas da distinção entre essas duas formas de controle social. Há também a distinção entre biopoder e biopolítica.

O Biopoder é uma forma de poder que regula a vida social por dentro, acompanhando-a, interpretando-a, absorvendo-a e a rearticulando. Só a sociedade de controle está apta a adotar o contexto biopolítico como terreno exclusivo de referência. O biopoder é definido como conjunto de tecnologias de poder que marcam a passagem das sociedades de disciplina para as sociedades de controle. A lógica do biopoder era parcial nas sociedades disciplinares, pois sua lógica era fechada, geométrica e quantitativa. O poder se expressa como um controle que se estende pela consciência e pelos corpos da população, através da totalidade das relações sociais.

A Biopolítica se exprime com o imperialismo. A partir da segunda metade do século XX as corporações transnacionais começam a estruturar biopoliticamente territórios globais, constroem o tecido conectivo fundamental do ‘mundo biopolítico’. Estas corporações ocupam o lugar do imperialismo, mas este lugar foi transformado pela nova realidade do capitalismo. As atividades das corporações são definidas por estruturarem e articularem territórios e populações. O complexo aparelho que seleciona investimentos determina uma nova geografia do mercado mundial, ou a nova estruturação biopolítica do mundo. No plano global, cada figura biopolítica aparece monetária. As grandes potências industriais e financeiras produzem mercadorias e subjetividades (produzem necessidades, relações sociais, corpos e mentes). Localizam a produção biopolítica na produção de linguagem, comunicação e do simbólico. A comunicação expressa e organiza o movimento de globalização, além de guiar o imaginário. O poder é formado imanente às relações sociais. A comunicação é coexistente ao contexto biopolítico. A síntese política de espaço social é fixada no espaço da comunicação. A linguagem comunica e produz mercadorias, cria subjetividade e põe umas em relações coma s outras e as ordena.

No pós-guerra, as políticas imperialistas dos países capitalistas dominantes foram transformadas como resultado do projeto de reforma econômica e social e hegemônica dos EUA. A nova cena global foi organizada em torno de três mecanismos: 1) o processo de descolonização que recompôs o mercado mundial em linhas hierárquicas a partir dos EUA; 2) a descentralização gradual dos locais e dos fluxos de produção; 3) a construção de relações internacionais que espalhou pelo globo a Rede Disciplinar em sucessivas evoluções. No entanto a resistência a essa Rede Disciplinar se inscreve não no Império, mas na multidão.

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