Jornalismo Automotivo ensayo

A Importância da Boa Prática do Jornalismo Automotivo Dentro das Redações 

Beatriz de Melo Azevedo OLIVEIRA^[1]

Adriana Santiago ARAUJO^[2]

Universidade de Fortaleza, Fortaleza, CE

Trabalho apresentado para o curso de Jornalismo.

RESUMO

Este artigo busca analisar a importância que é destinada ao jornalismo automotivo brasileiro dentro dos meios impressos tradicionais, tendo em vista que, segundo pesquisa feita através da análise de jornais, revistas, programas de televisão e cobertura de eventos, pode-se perceber que ele passou a ser diminuído em detrimento do surgimento de novas tecnologias de informação desde o advento da internet.

PALAVRAS-CHAVE: jornalismo; jornalismo automotivo; internet; mídia automotiva; tecnologia.

INTRODUÇÃO

Na contemporaneidade, é possível compreender que o jornalismo automotivo está ligado, seja direta ou indiretamente, à política e economia do país. Comparando a produção de notícias de gênero automotivo no meio impresso e no meio digital, podemos perceber uma diferença considerável. A valorização do automóvel como objeto de desejo/status da pós-modernidade, por exemplo, é um dos fatores de influência para delimitar o espaço que o jornalismo automotivo terá dentro das redações dos meios de comunicações. Com essa abordagem em vista, qual seria o impacto da produção do jornalismo automotivo para a sociedade brasileira?

Para a resposta desse questionamento central, é indispensável compreender a cronologia do jornalismo automotivo no Brasil; desde o seu surgimento aos dias de hoje; a sua utilidade e serventia. Segundo Alexandre Bianchini e Douglas Cavallari, o jornalismo automotivo surgiu por meados da década de 20, após a chegada de montadoras como Ford e GM no país, que recebiam as peças de suas matrizes e as montavam em suas unidades brasileiras.

"O que podemos considerar o “nascimento” da imprensa automobilística brasileira acontece somente nos anos 20, quando o aumento da frota em circulação e a chegada das unidades montadoras da Ford, GM e International Harvester colaboraram, decisivamente, para o lançamento de revistas como Automobilismo, uma das primeiras publicações especializadas do país".

(BIANCHINI; CAVALLARI, 2000, p. 14)

O gênero "jornalismo automotivo" foi bastante praticado, e era utilizado, como no caso da revista Quatro Rodas criada em 1960, para trazer testes de novos carros, a relação entre automóvel e turismo e novidades do mercado. Como explica Sergio Robinson Quintanilha (2005), a chegada de muitas marcas ao mercado nacional fez com que jornalistas e especialistas, bem como amadores, passassem a conviver mais intensamente na imprensa automotiva.

"Entre as décadas de 1960 e 1990 havia maior exigência para que o jornalista profissional estudasse a história e a tecnologia dos automóveis, mas a popularização da internet arrefeceu essa exigência. Mesmo assim, o automóvel ainda era tratado como um tema de nicho, para aficionados específicos". (QUINTANILHA, 2015, p.83)

O termo “jornalismo automotivo” veio à tona na época do governo de Juscelino Kubitschek com a chegada da indústria automobilística no país e a produção de modelos "genuinamente" brasileiros. Com isso, matérias com proposta automotiva começaram a ganhar espaço nos principais jornais do país. Resultado de um reflexo iniciado nos anos 80, com a divisão dos jornais em editorias especializadas.

Deste momento em diante, os jornais começaram a usufruir do gênero, trazendo pautas envolvendo temas como as últimas novidades do setor, dicas de trânsito, questões técnicas, competições, entre outros.

Com a ascensão da internet, em especial as plataformas digitais como Youtube e Instagram, a prática do jornalismo automotivo dentro das redações é cada vez menor. Sérgio Robson Quintanilha (2005) conta que as redes sociais encurtaram o acesso da informação entre o fabricante e o consumidor final, visto que isso não mais dependia necessariamente do jornalista. As pessoas podiam acessar os sites e perfis sociais das marcas de automóveis para visualizar as informações oficiais sobre os produtos.

A expansão e democratização do meio digital fez com que qualquer indivíduo na posse de um smartphone publicasse um conteúdo na internet em tempo real. Isso trouxe para o setor da imprensa pessoas que começaram a exercer a atividade da escrita criando sites e blogs próprios. Esse fenômeno causou uma discussão entre a figura do jornalista profissional e os chamados amadores, podendo ser claramente identificada nas publicações atuais voltadas para a cobertura automotiva.

"Um amador no jornalismo pode ser um profissional ou especialista de outra área do conhecimento humano, um curioso das ciências e das novidades -- e seu conhecimento pode interessar ao público. Basta a ele escrever um texto contando aquilo que sabe. Exatamente como faria se estivesse escrevendo uma carta a um amigo."

(QUINTANILHA, 2015, p.63)

DESENVOLVIMENTO

Para entender melhor a importância e necessidade do jornalismo automotivo na sociedade, precisamos compreender primeiramente a noção de automóvel. Por definição, automóvel é um veículo motorizado que se move por conta própria, sem interferência exterior, e se destina ao transporte de cargas ou passageiros. À medida que os gêneros jornalísticos foram sendo ampliados, os assuntos ficavam cada vez mais diversificados, porém com o avanço tecnológico e os altos custos industriais, os perfis dos jornais e dos jornalistas tiveram que se adequar a essa mudança, tornando-se mais raro o modelo de publicações impressas, seja ela diária, semanal ou mensal.

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