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Resenha Cooperação e Regimes Internacionais


Enviado por   •  26 de Julio de 2017  •  Reseñas  •  1.388 Palabras (6 Páginas)  •  216 Visitas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – UFBA

INSTITUTO DE HUMANIDADES ARTES E CIÊNCIAS – IHAC

PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS

COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO

PROF. ELSA KRAYCHETE E PROF. ELGA LESSA

05 DE DEZEMBRO, 2016

MANOELA BATISTA ALVES DE OLIVEIRA[1]

KEOHANE, Robert. After Hegemony: cooperation and discord under the world political economy. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1984. Cap. 4

RESENHA: Cooperação e Regimes Internacionais

O capítulo estudado da bibliografia citada de Keohane, cientista político associado à teoria do institucionalismo liberal nas Relações Internacionais, discute, à princípio, questões que envolvem liderança hegemônica e sua importância no cenário internacional, e dentro desse âmbito, o autor versa sobre a diferente concepção entre termos cooperação, harmonia e discórdia, e sobre como o conceito de regime internacional não só nos permite descrever os padrões de cooperação como também a formação desses regimes acaba sendo incentivada pelo compartilhamento de interesses dos Estados.

Ao longo do capítulo, Keohane utiliza de linguagem bastante didática, fazendo uso de exemplos que facilitam, em modos práticos, o entendimento do leitor sobre os pontos a que se propõe discutir. Segundo o autor, a liderança hegemônica pode ajudar a criar um padrão de ordem dentro do sistema, no entanto, em seu entendimento, a existência dessa liderança não é indispensavelmente necessária.

Keohane afirma que a cooperação hegemônica para o futuro é questionável, o que de fato, partindo do pressuposto de que as hegemonias são por si, um tanto quanto independentes (considerando que já não há o temor entre nações poderosas como havia, por exemplo, nos períodos entre guerras), sendo pouco provável que países que mantém um alto grau de conforto nas esferas política e econômica dentro do atual sistema se predisponham à cooperação quando esta não lhe for conveniente, mas isso não implica necessariamente à uma resolução por meio de conflito bélico, por exemplo.

O que se percebe é que, considerando o processo natural de interdependência que passa a existir nos tempos atuais, e considerando as consequências catastróficas a que uma guerra pode levar, a luta dos países pela hegemonia já não se faz essencial no cenário das relações internacionais. Keohane remete um pouco a essa vertente quando fala sobre o fato de que, ao contrário do que aconteceu na II Guerra com os EUA, por exemplo, dificilmente uma nação, ainda que saindo “vencedora”, alcançaria um patamar hegemônico após um conflito de tamanha dimensão como uma guerra. Alinhada a esta ideia, entendo ser interessante e cabe aqui incluir o pensamento compartilhado por Michael Doyle (1999), mais conhecido como o teórico da paz democrática liberal, no trabalho “A Liberal View: Preserving and Expanding the Liberal Pacific Union”, questionando justamente quem poderia tomar o lugar que hoje é ocupado pelos Estados Unidos. Mais do que o simples fato de passar a ocupar o lugar de potência centralizadora, eu diria que seria preciso estar disposto a arcar com os custos envolvidos e as responsabilidades que carrega um hegemon.

No decorrer do capítulo, veremos que o autor se dedica a fazer uma distinção mais clara quanto ao que de fato constitui cooperar. Uma tiragem esclarecedora e conforme já dito anteriormente, abordada de forma bastante educativa. No primeiro momento, temos o conceito de harmonia, elucidado como algo apolítico, que se adequa às necessidades das demais nações sem a demanda por cooperação, onde as políticas adotadas por determinado ator, automaticamente atendem à necessidades do outro. Para o realista Kenneth Waltz (1959), entre anárquicos, não há harmonia – citação trazida pelo próprio Keohane. A cooperação por sua vez, requer uma espécie de coordenação política e nem sempre implica em ausência de conflito, visto que as nações envolvidas não estão em prévia harmonia, fazendo-se necessário, portanto, reagir a um conflito em potencial a fim de chegar ao nível cooperativista, é importante ressaltar que durante uma negociação, nem sempre a cooperação é possível e o destino final pode acabar sendo o da discórdia, processo no qual os atores acabam não fazendo esforços para a cooperação por entender que a política do outro é prejudicial aos seus interesses, gerando então o conflito político.

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