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WEDDEBURN, Carlos Moore. Novas bases para o ensino da história da África no Brasil


Enviado por   •  14 de Diciembre de 2015  •  Resúmenes  •  1.582 Palabras (7 Páginas)  •  272 Visitas

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WEDDEBURN, Carlos Moore. Novas bases para o ensino da história da África no Brasil

Introdução

A partir da obrigatoriedade do ensino de estudos africanos e afro-brasileiros, o texto tem como objetivo discutir como os professores podem trabalhar o ensino da história da África em sala de aula, do ensino básico ao ensino superior. No texto o autor se limita aos problemas menos evidentes nas questões epistemológicas, metodológicas e didáticas em relação à África, pelo texto s etratar de uma pequena contribuição para este campo. Com o texto, o autor propõe que haja uma discusão no corpo docente, em todos os níveis de ensino e entre os estudante com relação aos estudos da história da África.

Problemática Epistemlógica

Singularidades Africanas

  • Confusões quase permanentes derivados da interpretação do outro e também da produção e proliferação do racismo e seus derivados ideológicos (religiosos ou laicos) continuam dominando os estudos dos povos autóctones do continente africano.
  • África, em um contexto geral da humanidade: conjunto de singularidades que remetem a interpretações conflituosa e, muitas vezes, contraditórias, devido: extensão territorial, topografia extremamente variada; existência e a interação de mais de  2000 povos com dferentes organização socioeconômica e de expressão tecnológica e a mais longa ocupação humana que se tem conhecimento, e consequentemente, uma maior complexidade dos fluxos e refluxos migratórios populacionais.

Berço da Humanidade

  • mais marcante singularidade africana: progenitores de todas as populações humanas do planeta; Continente africano ligado aos processos de hominização e sapienização; desenvolvimento da humanidade antiga e moderna.
  • Novas interpretações e descobertas no campo científico com relação à África e a humanidade colaboram para o enfraquecimento dos velhos mitos e esquemas preconceituosos
  • Tradição eurocêntrica e hegemônica alinha fato histórico com a aparição: povos “com história” e povos “sem história”. Inclusive o termo “pré-história” é uma dessas criações eurocêntricas utilizada abusivamente por especialistas das disciplinas humanas.

Berço das primeiras civilizações mundiais

  • Outra singularidade decorre do fato do continente africano ter sido o precursor mundial das sociedades agro-sedentárias e dos primeiros Estados burocráticos, particularmente ao longo do rio Nilo (Egito, Kerma e Kush). Riqueza desses Estados aguçaram a cobiça de inúmeros povos vizinhos, desde mediterrâneo europeu (gregos e romanos) e o Oriente Médio semita (hicsos, assírios, persas, turcos, árabes), até o sudeste asiático (indonésios).  
  • Desde o meado do primeiro milênio a.C até o período recente de dominação colonial pela Europa Ocidental, a África tem sido o lugar no mundo que sofreu as mais prolongadas e devastadoras invaões de diferentes povos  e civilizações.

Alvo da escravidão racial e dos tráficos negreiros transoceânicos

  • Uma singularidade que teve a repercursão mais negativa, determinando o que é a África de hoje, foi de ter sido o primeiro e único lugar do planeta onde os seres humanos foram submetidos às experiências sistemáticas de escravidão racial e de tráfico humano transoceânico em grande escala. Primeiro pelos árabes do Oriente Médio, desde o século VIII até o século XIX d.C (com ampla participação de iranianos, persas e turcos); e a partir de 1500 até a segunda metade do século XIX, pelos povos europeus.
  • Realidade africana: terreno de caça humana e carnificina. Impacto negativo dessa realidade sobre o desenvolvimento econômico, tecnológico, político, cultural e psicológico dos povos africanos está ainda por ser determinado.

Alvo dos mitos raciológicos

  • singularidades próprias agregadas com as construções externas: mitologia erigida pelos conquistadores e que sobrevevive em obras produzidas por africanistas do mundo todo e pelos historiadores .
  • Egito faraônico amputado da história do continente africano, colocado desntro da história do Mediterrâneo europeu, ou Oriente Médio; Numídia e Cartago também. África dividida ideologicamente entre “África branca” e “África negra” para marcar a coincidência entre os conceitos de raça e civilização.
  • Descrições comparativas racializadas: “núbios e os negros”, “egípcios e os negros, etc. Outro exemplo é o emprego das terminologias rraciológicas e depreciativas tais como “negróide”, “negritico”, “negrilho”.
  • Tais estudos foram propagados para o mundo até o início da descolonização do continente, nos anos 1950, até hoje, por isso os oitos volumes produzidos e publicados pela Unesco de uma História Geral da África permanecem vigentes e atuais. No entanto, a visão raciológica ainda afetam as produções dedicadas ao continente africano, no Oriente Médio, América Latina, Europa e EUA, por conta dos estudos africanistas serem meras prolongações dos conceitos e preconceitos vindos da academia norte-americana e europeia.

Problemática metodológica

Para uma metodologia específica

  • adoção de uma abordagem transversal, transdisciplinar e de longa duração baseadas em uma dupla dicronicidade: diacronicidade inracontinental e diacronicidade extracontinental.

Diacronicidade continental e mundial

  • Estudar a África a partir de suas próprias estruturas, analisando as suas inter-relações dentro do continente e também em relação ao mundo extra africano, com finalidade de descobrir as múltiplas formas pelas quais a evolução dos povos africanos interferiu e/ou influenciou os eventos nas diversas sociedades do mundo e não o contrário, como vemos até agora.

A persistente tradição linear

  • aprisionamento da historiografia africana devido ao reducionismo simplificador característico a tradição linear-factual
  • enfoque sem profundidade social, no qual previlegia as ações individuais de monarcas, as grandes batalhas e conquistas militares. Embora a rica tradição preservada pelos Griôsseja de grande importância na reconstituição da história específica dos povos e também d egrand e importância para história coletiva, não se pode esquecer que forma parte dessa linhagem historiográficas. Casta dos Griôs são incubidos de captar, preservar e transmitir a memória de um conjunto de uma sociedade ou um setor da mesma. A tradição griótica se refere ao relato linear, narração cronológica de fatos e eventos. Os Griôs são cronistas, por hereditariedade, de uma sociedade.

Em busca de uma síntese metodológica

  • solução para a herança raciológica nos estudos africanos: confrontamento e cruzamento das metodologias utilizadas pelos mais sólidos historiadores africanos. Tipo, Joseph Ki-Zerbo, Cheikh Anta Diop, Elikia M'Bokolo, Boubakar Barry, J.F.A Ajayai, Sekene Mody Cissoko,Théophile Obenga e Pathé Diagne. Apesar de divergirem, os pontos de convergência entre as metodologias desses historiadores são suficientes para que sejam fornecidos elementos necessários para uma epistemologia comum.

Exigências analítico-interpretativas

  • enfoque histórico-temporal de longa duração;
  • diacronicidade continental
  • preeminência histórica absoluta e exclusiva do continente africano na emergência da humanidade, na sua configuração tanto antiga como moderna e no povoamento do planeta
  • anterioridade histórica da  civilização egípcio-núbia-meróitica;
  • evolução multilineardas sociedades africanas a partir de matrizes político-econômicas , filosófico-morais e linguísticos-culturais comuns
  • delimitação de fases específicas de evolução sócio-histórica, segundo momentos socioeconômicos precisos
  • enfoque societários centrados na estratificação social, nos moldes de produção e nas estruturas políticas
  • delimitações das evoluções societárias segundo espaços civilizatórios específicos

Ponto de convergência entre os cinco historiadores: “metodologia Diop-Ki-Zerbo-M'Bokolo-Obenga-Diagne”

  • periodização de longa duração
  • configuração de espaços civilizatórios singulares
  • análise societária centrada na atividade principal de produção
  • análise societária centrada na estratificação da sociedade em agregados de interesses diversos
  • análise societária centrada no modo de produção, como estruturafundamental de sociedade classista
  • análise societária centrada nas estruturas de poder e comando político

Definição de “espaços civilizatórios”

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