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PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO EM UMA MICROEMPRESA DO SETOR MOVELEIRO, NATAL/RN

laurabritog28 de Abril de 2014

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Introdução

O ambiente organizacional encontra-se sob forte concorrência, e a obtenção de vantagem competitiva é um fator que tem sido cada vez mais decisivo para a permanência das empresas no mercado. Com o intuito de atingir melhores resultados em competitividade e produtividade é fundamental que haja um planejamento adequado com foco na capacidade produtiva da empresa.

Entretanto, planejar é sempre uma atividade voltada para o futuro, e o futuro só se pode prever. Por isso, o presente trabalho tem como objetivo elaborar um planejamento e controle da produção por meio do estudo da capacidade produtiva da empresa moveleira, prevendo sua demanda e realizando um estudo sistemático no estoque.

O seguinte trabalho justifica-se em relacionar aspectos demonstrados no estudo da gestão de sistemas produtivos, nos quais se baseiam em interligar a capacidade, demanda e estoque junto ao planejamento e controlo da produção (PCP). O objetivo do PCP é criar condições para que a empresa consiga atender a toda a demanda dos clientes. Caso não seja possível, a empresa precisa decidir onde alocar seus recursos, quais clientes serão atendidos total ou parcialmente e quais terão que esperar (MACHADO, 2010).

Referencial teórico

Setor moveleiro

Nos últimos anos, o setor moveleiro brasileiro avançou consideravelmente e está cada vez mais próximo dos níveis internacionais. De acordo com MOVELSUL 2009, maior feira de móveis da américa latina, ao longo de 2008 o país faturou 22,25 bilhões de reais, representando assim 1,87% do PIB.

Conforme dados do ministério do trabalho em janeiro de 2012 o setor gerou 1.808 novos postos de trabalho, representando um crescimento de 9,4% em relação ao mesmo período de 2011.

Segundo o BNDES a informalidade é muito presente no setor moveleiro, resultando assim em ineficiências em toda cadeia industrial, pois impossibilita a introdução de normas técnicas que padronizem a produção dos móveis. O consumo nacional é quase totalmente suprido pela produção doméstica ocupando 60% da fabricação total do setor.

Sistema de Gestão de Processo

Demanda

Segundo Arnold (2006 apud Souza, Antonio e Prudenciato), a previsão é recurso administrativo importante para o planejamento, pois este é feito considerando-se cenários futuros prováveis, para os quais são feitas estimativas do comportamento das principais variáveis que podem afetá-lo. Não se pode fazer nada sem alguma forma de estimativa. É importante saber que o gerenciamento da demanda dependerá da natureza da mesma, e suas incertezas.

A demanda interna da empresa é chamada de demanda dependente e as demandas imprevisíveis são chamadas por demanda independente. O valor encontrado dessa segunda demanda é através de estimativas, que as empresas seguidamente analisam por serem solicitadas a atender a demanda sem visibilidade firme dos pedidos futuros dos clientes. Ou seja, é importante “a previsão da demanda, pois ela será a base para o planejamento estratégico da produção, vendas e finanças de qualquer empresa e, segundo Dias (2006) a previsão é o ponto de partida de todo planejamento empresarial.” (Slack, N. et all, 2006)

Segundo Tubino (2007 apud Slack et all) com o planejamento as empresas podem desenvolver os planos de capacidade, de fluxo de caixa, de vendas, de produção e estoques, de mão-de-obra, de compras etc. Dessa forma, o estudo e aplicação de métodos/ferramentas de demanda para a empresa do setor moveleiro em estudo é relevante para resultados e objetivos futuros. É importante ressaltar que a sazonalidade da demanda nesse setor pode ser encontrada nas causas são financeiras e sociais.

Capacidade

Estimar a demanda futura de bens e serviços é condição essencial para a elaboração de um plano de trabalho que inclui o dimensionamento das capacidades envolvidas com a definição de equipamentos, dos recursos financeiros, da disponibilidade de mão-de-obra e da quantidade de materiais necessários para a produção de bens e serviços (GONÇALVES, 2004).

Com o intuito de facilitar a compreensão do conceito de capacidade produtiva, Slack (1999) diz que é o nível máximo de atividade de valor adicionado que pode ser conseguida em condições normais de operação durante determinado período de tempo. Hayes et al. (2008) argumentam que medir a capacidade de sistemas produtivos é uma tarefa complexa, devido à ação dos seguintes fatores associados à variabilidade: políticas da empresa, confiabilidade dos fornecedores,confiabilidade dos equipamentos, taxas de produção e o impacto dos fatores humanos.

Favaretto (2001, p. 39) explica que “o objetivo do planejamento da capacidade é assegurar a compatibilidade entre a capacidade disponível em centros de trabalho específicos e a capacidade necessária para atender a produção planejada.” Desse modo, Hopp e Spearman (2001) apresentaram os seguintes pressupostos sobre o gerenciamento da capacidade produtiva em sistemas:

a) uma linha de fluxo desequilibrada com um gargalo conhecido é mais fácil de administrar e demonstra um comportamento logístico melhor quando comparado com uma linha em equilíbrio, onde os tempos de processamento das operações são semelhantes;

b) a capacidade está geralmente disponível apenas em tamanhos incrementais pré-determinados,ou seja, podemos comprar um ou dois recursos, mas não um e meio e pode ser impossível ajustar a capacidade de determinada operação com a meta de produção;

c) o custo da capacidade, geralmente, não é o mesmo em cada estação de trabalho e é mais barato manter capacidade em excesso em algumas estações do que em outras.

Segundo Antunes et al. (2008) a capacidade pode ser determinada a partir da seguinte equação:

C=T_t+μ_g

Onde:

C: Capacidade de produção para a produção;

Tt: Tempo total disponível para a produção (tempo);

µg: Índice de Rendimento Operacional Global do equipamento (IROG).

A partir destes cálculos será possível conhecer a real capacidade da empresa e compará-la com a demanda atual do mercado. Da busca pela igualdade entre capacidade e demanda surgem os estoques, e é necessário o gerenciamento desse para que não haja produção baixa ou excessiva.

Estoque

O estoque é necessário para o processo, não permitindo que falte material caso haja falha no processo ou pela incerteza de mercado. Dessa forma, o estoque pode ser definido como um conjunto de materiais disponíveis a espera de utilização em um processo. A gestão de estoque gerencia os mesmos, encontrando um ponto de equilíbrio entre ele e a demanda do mercado consumidor.

De acordo com Slack (2007) a incerteza da demanda deve ser observada quando o estoque for reposto. Geralmente, os pedidos devem permitir um nível de estoque médio de segurança quando o pedido chega. Este é influenciado pela variabilidade da demanda e o lead time, que é o tempo entre o momento de entrada do material até a saída do estoque.

Para Brown (1996) ter estoque zero não é aceitável para o cliente, pois reduz a credibilidade no serviço, gerando insatisfação no cliente, podendo assim acarretar a insatisfação do publico. Visto que a empresa estudada trabalha com móveis projetados, o estoque da mesma é composto por matéria prima do processo. Sendo o consumo da mesma variável, não é aconselhável que acabe o estoque para que os fornecedores sejam contatados, pois existem falhas na operação que podem resultar no atraso da chegada deste material até o processo, obrigando assim a aquisição de material prima em outra fonte para que não haja atrasos, podendo adquirir por um valor superior ou qualidade inferior.

Planejamento e Controle da Produção

Como fator estratégico é necessário adaptar constantemente as empresas para competir no mercado, aderindo às oportunidades, respondendo as mudanças e exigências dos clientes, pois grande parte dos custos são resultados do planejamento da produção. O estudo do planejamento e controle da produção é considerado uma das melhores maneiras de introduzir princípios para gestão da produção. De acordo com Chiavenato (1990) o planejamento é a função administrativa que dita quais os objetivos devem ser alcançados, quais atitudes devem ser tomadas para obter a melhor forma possível.

O planejamento da produção é necessário, pois em toda unidade de produção há pessoas, maquinário e materiais, recursos dispendiosos, que devem ser usados da melhor maneira a fim de torná-la mais lucrativa. A moderna produção é complexa, tecnológica e administrativamente, e deve, portanto, ser planejada cuidadosamente para levar em conta todas as possíveis restrições. (CHIAVENATO, 1990).

O controle da produção deve ser melhorado constantemente em decorrência de uma falha gerir consequências para a organização inteira. Esse controle relaciona o planejamento à produção analisando e regulando as atividades produtivas com fito de garantir a eficiência e eficácia no momento de execução da produção. O controle consiste em medir e corrigir o desempenho da organização, podendo ser definido como algo fundamental, a qual assegura a produção caso haja déficit na gestão do planejamento. “se tudo acontecesse exatamente de acordo com o que foi planejado, não havia necessidade de controle de produção. Existe controle porque sempre algo sai fora do planejado” (CHIAVENATO, 1990).

Tubino (1997) mostra que o PCP é responsável pela coordenação e aplicação de recursos produtivos de maneira que atenda da melhor

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