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PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS NO CONTEXTO UNIVERSITÁRIO


Enviado por   •  27 de Julio de 2016  •  Informes  •  1.887 Palabras (8 Páginas)  •  192 Visitas

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PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS NO CONTEXTO UNIVERSITÁRIO

Tatiane Bonametti Veiga1, Sílvia Carla da Silva André2, Ana Paula Milla dos Santos3, Juliana Trebi Penatti4, Adriana Aparecida Mendes5 e Angela Maria Magosso Takayanagui6

1Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, tati.veiga@yahoo.com.br

2Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, sandre@usp.br

3Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, anapmilla@usp.br

4Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, julianatrebi@yahoo.com.br

5Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, adrianaapmendes@yahoo.com.br

6Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, ammtakay@eerp.usp.br

Introdução: 

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, a maioria dos problemas ambientais é de caráter local e tem repercussão direta na saúde e na qualidade de vida das pessoas. Dentre esses problemas, destaca-se a necessidade de adequado gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos, especialmente os perigosos, cuja produção vem aumentando e causando grande preocupação para diversos seguimentos da sociedade.

Dentre esses resíduos, os resíduos de serviços de saúde (RSS) são, atualmente, alvo de grande preocupação devido a sua composição e seu potencial de periculosidade (PUGLIESI; GIL; SCHALCH, 2009). Emerge, assim, a necessidade de gerenciar, administrar e controlar a geração dos resíduos produzidos na sociedade atual.

Para ocorrer o gerenciamento integrado dos resíduos deve haver a articulação de ações normativas, operacionais, financeiras, com seu planejamento fundamentado em critérios sanitários, ambientais e econômicos, acompanhando todo o ciclo do manejo, em suas diferentes fases (SCHALCH, 2002).

O Plano do Gerenciamento de Resíduos deve ser elaborado de acordo com as características e o volume dos resíduos gerados, estabelecendo diretrizes de manejo, empregando técnicas e tecnologias compatíveis com a realidade de cada instituição (GÜNTHER et al., 2010; SCHALCH, 2002).

Nesse contexto, as instituições de ensino, em especial os laboratórios de ensino, pesquisa e extensão, e outros serviços responsáveis pela geração de resíduos nas universidades, apresentam um papel fundamental nesse processo, pois apesar de sua importância em relação à produção de conhecimentos científicos, acabam, também, sendo fonte geradora de resíduos de diferentes naturezas (PHILIPPI JUNIOR; AGUIAR, 2005).

No Campus da USP de Ribeirão Preto-SP, desde a década de 90, vêm sendo realizados estudos sobre esse tipo de resíduo, revelando uma realidade preocupante em relação ao crescimento do número de pontos de geração de resíduos perigosos. Frente ao desenvolvimento das Unidades e Serviços do Campus, foi realizado nesta pesquisa um levantamento com o objetivo de verificar o conhecimento dos responsáveis por serviços e pelos laboratórios de ensino e pesquisa do Campus Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo quanto à existência do Plano de Gerenciamento de Resíduos.

Material e Métodos: 

Esta investigação constitui-se em um estudo descritivo e exploratório. De acordo com Barros e Lehfeld (1986), pesquisas descritivas correspondem a estudos que exploram a frequência com que um fenômeno ocorre, sua natureza, características, causas, relações e conexões com outros fatores. Para Gil (2010), a pesquisa descritiva identifica as características de uma população ou fenômeno e a pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, alcançando mais experiência em relação a uma determinada investigação.

Para realizar o levantamento, foi elaborado um questionário com perguntas semiestruturadas sobre o Plano de Gerenciamento de Resíduos, sendo aplicado junto aos responsáveis pelos Laboratórios/Serviços no Campus da USP de Ribeirão Preto.

Participaram desta pesquisa 199 sujeitos. Os dados obtidos foram duplamente digitados e tabulados no Excel, sendo elaboradas fórmulas e gráficos para melhor visualização.

Resultados e Discussão: 

Quanto à existência de um Plano de Gerenciamento de Resíduos nos Laboratórios/Serviços pesquisados, os sujeitos informaram que em 52,8% não havia um Plano de Gerenciamento de Resíduos, 17,6% afirmaram haver o plano e 29,6% desconheciam a respeito.

Porém, entre os 17,6% dos sujeitos que informaram haver um Plano de Gerenciamento, foi verificado que, em geral, não tinham conhecimento sobre a normatização utilizada em sua elaboração, ou quando responderam, informaram que para a elaboração do plano foram utilizadas orientações do Laboratório de Resíduos Químicos ou, ainda, conforme informado por um dos sujeitos, que havia sido utilizado o “bom senso” do técnico do laboratório para a elaboração desse plano. Somente em um dos questionários (0,5%), foi informado ter sido utilizada a Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 306/04 (BRASIL, 2004), e em 3 outros (1,5%) foram citadas as orientações da Comissão Nacional de Energia Nuclear (BRASIL, 1985).

        Esses dados evidenciam que embora 52,8% dos sujeitos tenham indicado não haver o Plano de Gerenciamento em seus Laboratórios/Serviços, esse valor pode ser consideravelmente maior, ao observar que 29,6% dos sujeitos não tinham conhecimento sobre essa informação, e até mesmo os que informaram possuir o plano (17,6%), demonstraram o desconhecimento sobre as normas brasileiras vigentes que apresentam diretrizes para a sua elaboração.

Os sujeitos também informaram que em 66,8% dos Laboratórios/Serviços houve a orientação para o manejo dos resíduos gerados, enquanto 20,1% informaram não ter recebido orientação e 13,1% que não tinham conhecimento sobre orientação nos seus locais de trabalho.

        Quanto aos métodos utilizados para a disseminação dessas informações, entre os sujeitos que informaram ter recebido orientação, os mais citados foram palestras (42,9%), cursos (32,7%) e treinamentos (7,6%), e 1,5% dos sujeitos não souberam dar essa informação. Outras opções de orientações eventuais foram citadas pelos sujeitos (15,3%).

        Os achados revelaram que na maioria dos Laboratórios/Serviços (66,8%), incluídos nesta pesquisa, houve algum tipo de ação para informar sobre o manejo a ser adotado com os resíduos gerados nos Laboratórios/Serviços. Porém, a descontinuidade nessas ações, aliada à rotatividade de técnicos e estudantes dificulta muito o trabalho de conscientização para a realização do manejo de resíduos eficiente e adequado às particularidades dos Laboratórios/Serviços. Outro fator verificado foi em relação à demanda de pesquisas em diferentes áreas, os técnicos relataram a dificuldade de gerenciar essa diversidade de resíduos, não tendo o devido conhecimento das técnicas adequadas que deveriam ser adotadas em seu manejo.

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