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As Raízes Do Metal Extremo: Compreendendo A década De Oitenta (1987)


Enviado por   •  15 de Enero de 2013  •  1.464 Palabras (6 Páginas)  •  436 Visitas

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As Raízes do Metal Extremo: Compreendendo a década de oitenta (1987)

Entre 1986 – 1987, a contribuição de bandas como Bathory, Mayhem e Sarcófago, viria dar certeza de que o som praticado por estes já não poderia ser considerado Death ou Thrash Metal, mas sim um gênero à parte, que já dava seus primeiros passos, diferindo-se dos demais não apenas em questões estéticas, mas também, e principalmente, num direcionamento filosófico-ideológico. De forma similar, o Death Metal teria suas concepções aprofundadas de muitos meios, se distanciando cada vez mais do Thrash e firmando-se definitivamente como uma das mais tradicionais e fortes vertentes do Heavy Metal.

1987

O Carcass debuta na cena com o álbum Reek Of Putrefation. Fortemente influenciados pelos precursores do Grindcore, os ingleses produziram um som distorcido, sujo, violento e extremamente veloz, dotado de uma produção intencionalmente “descuidada” e com uma temática lírica ligada a temas escatológicos, logo se tornando um clássico do gênero, tido como referencia para tantas outras bandas. Já com uma considerável produção, o Napalm Death lança seu debut em Julho de 1987. Em Scum, temos um Grindcore violento e veloz, em 28 composições de curtíssima duração, assimilando as características primordiais do Thrash Metal à construção estética do Punk/Hardcore. Um registro minimalista e primitivo, de extrema simplicidade, mas eficiente em igual proporção, contribuindo com uma brutalidade fora do comum e solidificando um gênero em ascensão.

Entrando novamente no segmento do Death Metal, 1987 representaria uma renovação na vertente, fato encarado por muitos dos mais ortodoxos, como a morte do verdadeiro Death Metal, enquanto para tantos outros, representaria sua maturação “definitiva”. Desde o seu surgimento, o Death buscou sempre assimilar mais técnica e profissionalismo à sua produção (obviamente, dentro do que a realidade financeira da banda permitia), deixando o primitivismo e o minimalismo de lado, apostando em composições mais complexas e trabalhadas sob uma concepção alternativa. Em Scream Bloody Gore, debut da banda, temos dez músicas de um direcionamento que formaria o Death Metal como o conhecemos nos dias atuais. A parte lírica versa de forma odiosa sobre morte, profanação, assassinato e atos de natureza similar, enfatizando sempre a brutalidade e o ódio, calcificados nos vocais pujantes de Chuck Schuldiner.

Construído com influências progressivas evidentes, o destaque absoluto deste play (assim como em todos do Death) é a complexidade criativa de Chuck Schuldiner, com riffs bem trabalhados e solos muito bem elaborados. No mais, o disco mostra-se seminal em vários aspectos, desde um timbre mais estridente de baixo (tornando o instrumento audível e marcante, algo que até então se mostrava sem muita relevância para o Death Metal), ao trabalho de bateria, com ênfase para o pedal duplo, tornando mesmo as partes mais cadenciadas dotadas de uma velocidade e técnica fora do comum, conduzindo as composições de forma magistral em suas inúmeras alterações. O Technical Death Metal tinha seus primeiros conceitos em estado de construção.

Possessed, que em Beyond The Gates já apresentava um direcionamento diverso do seu debut, no EP Eyes Of Horror, a banda apresenta um som mais limpo e calcado no Thrash Metal/Death Metal de seus primeiros trabalhos, trazendo ainda como diferencial uma experimentação discreta quanto à timbragem das guitarras, e quanto à complexidade na construção dos solos, tencionando sempre para um posicionamento mais técnico. O atonalismo e a afinação baixa foram mantidos e a experiência da banda resultou na concepção de um trabalho mais maduro, talvez superior à Beyond The Gates, se analisarmos este EP como um trabalho ríspido, veloz e autêntico, num resgate às raízes do grupo.

No demo Thy Kingdom Come, o Morbid Angel vinha com mais um material destruidor, mantendo os mesmos aspectos dos lançamentos anteriores, caminhando sempre por um caminho mais “profissional”. O som da banda estava se tornando mais coeso e bem construído (embora dotado de uma produção consideravelmente suja), as linhas de bateria mostravam uma diversidade fora do comum e como de costume, o trabalho das guitarras apresentava-se de forma excepcional.

Under The Sign Of The Black Mark, terceiro registro do Bathory, mantinha uma estética primitiva, embora mostrasse pretensões discretas de uma evolução em sua sonoridade, mais cadenciada e direcionada para a técnica, com alterações de textura bastante relevantes. Mantendo as influências clássicas do segmento, porém com uma construção calcada no Rock mais convencional (de riffs “clássicos”, refrões grudentos, solos de construção aleatória, que tomam de assalto a harmonia principal da composição, sempre em meados da música), as dez faixas de Under The Sign Of The Black Mark soam de forma simples e direta, prezando por uma sonoridade essencialmente atmosférica. Comparado aos seus

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