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Contexto Da Produção, Artes E Ofícios Ao Final Do século XIX E Princípios Do século XX


Enviado por   •  11 de Febrero de 2013  •  1.181 Palabras (5 Páginas)  •  629 Visitas

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Contexto da produção, artes e ofícios ao final do século XIX e princípios do século XX

A divisão do trabalho limitou aos trabalhadores a pequenas tarefas mecânicas, que

implicavam graus mínimos de especialização, evitando assim contratar artesãos

habilidosos, padronizando processos e diminuindo os custos de produção que ao mesmo

tempo melhoraram com a aplicação da máquina de vapor e o desenvolvimento dos

processos de fabricação com a introdução das primeiras máquinas ferramentas de precisão.

Nestes tempos existia uma separação entre a produção artística e a produção mecânica,

como já fez notar em tom de burla Max Ernst (n.d., apud RUHRBERG, 2005, tradução

nossa): “a arte tinha-se promovido à categoria de religião, e o artista à de um eleito cuja

inspiração representava um ato de graça”. Exemplos isolados como os de William Morris

associado ao movimento Arts and Crafts aproximou a figura do artista e o artesão,

fusionando o espírito criativo e livre com o processo de criação material; este movimento

influenciará fortemente movimentos como o art noveau (França e Bélgica) ou o Jugendstil

(Alemanha) democratizando a beleza nos objetos quotidianos ainda que sem utilizar

técnicas de produção em massa que impediam o desenvolvimento de um bom fazer

artesanal.

Europa nas duas primeiras décadas do século XX vive num contexto de guerra e de

agitação social; a industrialização acelera a produção que demanda mão de obra gerando

uma explosão demográfica nas cidades, transformando o modelo tradicional de urbanismo,

arquitetura e arte, ademais, é um palco onde proliferam movimentos artísticos modernos

oferecendo uma nova visão sobre as possibilidades da arte em seu papel transformador e

reclamando a necessidade de criar um meio moderno que se ajuste ao homem moderno,

isso só é possível mediante a aplicação da arte na produção.

Origens da Bauhaus

Para Ruhrberg (2005), “o modelo histórico da Bauhaus foi a comunidade anônima

de artistas e artesãos dos grêmios construtores medievais; seu modelo imediato foi o

Jugendstil, e seu ramo, o Deutscher Werkbund -Confederação alemã de trabalho-, fundada

em 1907” pioneira na promoção do desenho como elemento de afirmação de identidade

nacional que anunciava como suas metas principais a cooperação entre arte, industria e

ofícios artesanais; a imposição de novos padrões de qualidade na industria (CARDOSO,

2004)

A Bauhaus surgiu como instituição estatal das cinzas do Kunsthochschule (Instituto

Superior de Belas Artes) em Weimar em 1919, seu fundador Walter Gropius, quem foi

guiado pela vontade de conseguir uma fusão de ralação entre a arte e técnica, em nome

de uma tradição despedaçada pelo industrialismo e de um espírito criativo, ele pôr fim

à separação que o processo de produção industrial havia produzido entre o momento

artístico-criativo e o técnico-material, tal organização deveria ser capaz, ao mesmo tempo,

de salvaguardar as potencialidades próprias do espírito criativo e de restituir ao homem

aquela dignidade que a organização científica do trabalho lhe havia tirado. (CARISTI,

1997)

Gropius eliminou a organização hierárquica da academia tradicional, transformou as aulas

em oficinas que eram a ligação entre a Bauhaus e o mundo da indústria, onde se pedia

aos estudantes que partindo de zero, pesquisassem materiais de todo tipo tendo em conta

sua utilidade prática e estética para fazer design no meio. Os professores da Bauhaus -

os melhores artistas e intelectuais de seu tempo - mudaram seu papel ao de “maestros de

forma”, isto é, artesãos que tinham em conta no desenho de protótipos as considerações

sobre a produção em massa. A máquina já não se considerava uma ameaça para a arte,

senão uma colaboradora (Op. Cit., 2005)

Bauhaus, Dessau: Princípios da produção da Bauhaus

Um dos objetivos principais da Bauhaus segundo Gropius (1926) era o de “Oferecer

sua contribuição ao desenvolvimento contemporâneo do problema da moradia, desde o

utensílio doméstico mais singelo até a casa habitável acabada em todos seus detalhes”

para isso a Bauhaus fez oficinas que eram essencialmente laboratórios onde se criavam,

realizavam e aperfeiçoavam modelos típicos, até torná-los prontos para a produção em

serie.

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