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No Livro "Sociologia E Modernidade" De José Mauricio Domingues Abordam Diversos Temas Ligados A Moderna Sociedade, Desde Temas Referentes à Identidade Dos Indivíduos, A Hierarquia Social, Os Conceitos De Democracia, Estado, Cidadania, Religião E A


Enviado por   •  9 de Diciembre de 2012  •  2.382 Palabras (10 Páginas)  •  2.128 Visitas

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No livro “Sociologia e Modernidade” de José Mauricio Domingues abordam diversos temas ligados a moderna sociedade, desde temas referentes à identidade dos indivíduos, a hierarquia social, os conceitos de democracia, Estado, cidadania, religião e a sociedade com um todo.

Inicialmente é abordado um fenômeno muito comum na moderna sociedade, enaltecido principalmente por autores da Escola de Chicago, que vêem uma verdadeira fuga de identidades nas cidades. Para melhor ilustrar este fenômeno, é citada a seita conhecida como “Vale do Amanhecer”, em Brasília, que é tida como algo construído a partir de uma visão religiosa para se buscar uma nova identidade, visto que a maior parte da população deste local não possui raízes na região; Este tipo de nova identidade é almejado pelos indivíduos não somente pelo desejo de pertencer a algo, mas também para a valorização dentro do grupo, que talvez não fosse possível em outras sociedades ou grupos. Antes da chegada da Modernidade, as identidades sócias e coletivas eram claramente determinadas:

“até o advento da modernidade, padrões de organização social em que as pessoas e as coletividades tinham laços com locais específicos por meio dos quais as identidades pessoais e coletivas eram claramente determinadas”

A identidade pessoal e coletiva era subordinada entre si e se completavam, contudo com a modernidade, através de mecanismos conhecidos como desencaixe. Isso ocorreu, por exemplo, nas relações de trabalho, em que o trabalhador não se submete aos desmandos de um senhor local; Isso faz com que a identidade, após a modernidade, passa a ser responsabilidade do próprio individuo.

A Modernidade, por outro lado, cria o reencaixe, onde indivíduos passem a pertencer uma classe, seja de caráter religioso, étnico ou qualquer outra característica que o diferencie das demais pessoas. Também e sublinhado nesta obra, a criação e a modificação dos termos que criam identidades, como a forma de uma identidade pautada na luta de classes, até identidades que atualmente estão em maior destaque, como identificações religiosas, étnicas entre outras.

Também o que entra em discussão é a construção do próprio individuo, e entre os movimentos que tentavam melhor entender este desencaixe, é conhecido como Ilustração, onde mostrava a figura de individuo esclarecido possuidor da razão e que é intimamente ligada a Revolução Francesa.

Todavia, esta não era a única corrente, o Utilitarismo, presente nos tempos da Revolução Industrial Inglesa, vem a enaltecer ainda mais a racionalidade a serviço dos indivíduos competitivos e egoístas:

“formulações mais duras, como as do utilitarismo de Bentham e discípulos, que sublinham o egoísmo dos indivíduos e a vitoria dos mais fortes na competição”

Além de Locke que constata a “harmonia natural dos interesses”, que se fundamenta na afirmação que os interesses privados garantem um final harmônico por um mecanismo obscuro; Hoje ainda é sentida a influencia do Utilitarismo, como o sucesso de vendas de livros de auto-ajuda. É citado o escritor Lair Ribeiro, que se pautando em ações racionais utilitaristas, não abandona a cooperação dos indivíduos com o resto da sociedade, mas afirma que cada indivíduo faz seu próprio destino, ou seja, a população atual busca o utilitarismo:

“massa contemporânea – a busca utilitária do sucesso individual”

Por fim, os Românticos, que sublinham a cultura como de suma importância ao individuo, porém, reconhecendo a personalidade individual, e suas virtudes:

“Valorizaram-se as ‘escolhas pessoais’ e as ‘determinações internas’, as diferenças entre os sujeitos e o caráter multifacetado de um individuo visto como ‘plural’.”

Deve se lembrar que todas essas correntes de pensamento que teriam como intenção definir o individuo, tinham pontos em comum, como, acreditar que os indivíduos são racionais, livres e etc.

Entretanto os desencaixes que a Modernidade traz podem levar a formação de novos encaixes como, como o reforço da figura da família, do culto aos antepassados entre outras coisas, especialmente em sociedades do leste da Ásia, como se observa no trecho a seguir. “os desencaixes da modernidade podem impulsionar de fato reencaixes que ressuscitam ou dão continuidade a tradições dispares. Este é, por exemplo, o caso do reforço da família como forma de proteção coletiva e superação da pobreza potencial dos idosos, calcado na concepção confuciana de valorização e respeito pelos antepassados”

Muitos estudiosos da concepção de mundo contemporâneo vêem a surgimento de uma sociedade “pós-moderna”, onde se constata que as relações sociais ficam em aberto, e a identidade individual, as regras, leis e instituições não são tão fixas; como afirma Jameson, as últimas transformações têm marcado profundamente a sociedade, e por isto ela estaria se tornando pós-moderna, entre estas transformações, pode se citar o declínio da ética protestante no trabalho, um consumismo egoísta, a mudança da estrutura da família, não se resumindo a antiga visão de família nuclear.

Outro ponto abordado pelo autor é mobilização das mulheres em relação ao tema feminista que gerou uma forte mudança social, gerando uma mudança no poder, onde as mulheres assumem posições de destaque no seio familiar, principalmente através da liberdade e na conquista de direitos, como emprego, salário e etc.; Não sendo submissa ao homem como na sociedade do passado.

A mudança da concepção de família sofreu outro desencaixe através do próprio conceito de sexualidade na sociedade onde esta e a o próprio casamento se tornaram mais maleáveis. Reafirma-se que apesar dessas transformações na sociedade judaica cristã, isto não significa que ela fosse imóvel, já que o matrimonio indissolúvel não era algo levado como absoluto, visto as relações amorosas nem sempre permanecia iguais por períodos longos.

No Brasil esses desencaixes além de enaltecer a discussão quanto ao papel da família e da reformulação das relações sociais. A ideologia contemporânea no Brasil é afirmada como um “familiarismo amoral”, que é uma forma de individualismo utilitário, que consiste na rejeição do papel perante o resto da sociedade e no foco as relações familiares.

Já a Estratificação Social, é mostrada em diversos pontos de vista, primeiramente por Marx que acreditava que ela existia por causa do modo de produção e, por conseguinte, na divisão entre os donos do meio de produção e os que se sujeitavam a vender sua mão de obra; Já Weber contraria as afirmações de Marx, descrevia que a estratificação ocorria por causa das “situações

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