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REVISTA JOVENS PESQUISADORES
VOL. 11, N. 1 (20), JAN./JUN. 2014
INTERNACIONALIZAÇÃO DE EMPRESAS BRASILEIRAS: O CASO CACAU
SHOW
Bruno Penedo Pessoa
Murilo Mendes Leite
Renan Gomes Matos
Orientadora: Andresa Silva Neto Francischini
RESUMO
O artigo tem por finalidade analisar a trajetória de internacionalização da empresa brasileira
de chocolates “Cacau Show” sob a ótica das teorias comportamentais de internacionalização.
Há também a consideração dos aspectos teóricos relacionados à internacionalização de
empresas brasileiras. Para tanto, são considerados dados relevantes sobre o setor e, com maior
grau de profundidade, da empresa de chocolates Cacau Show. O método de pesquisa é o
Estudo de Caso e a pesquisa considera a abordagem qualitativa para análise dos resultados.
Há a consideração de dados secundários e como fonte primária de informações foi realizada
uma entrevista com dirigentes da empresa considerada no estudo. O estudo é guiado por um
conjunto de objetivos gerais e específicos, desenvolvidos a partir dos aspectos teóricos
relacionados com as teorias comportamentais de internacionalização de empresas, estratégias
de entrada, as vantagens, motivações e dificuldades para a internacionalização, além de dados
setoriais.
Palavras-chave: Internacionalização; Empresas Brasileiras; Setor de Chocolates; Cacau
Show
INTRODUÇÃO
O objetivo deste estudo é analisar a trajetória de internacionalização da empresa brasileira
produtora de chocolates, a Cacau Show. O tema da internacionalização é explorado a partir
das abordagens comportamentais e características que envolvem a maioria das empresas
brasileiras.
A Cacau Show atua no mercado brasileiro há 24 anos, adotando como principal estratégia de
crescimento de suas operações o franchising . Em 2010 a empresa obteve a marca de mais de
1.000 lojas no país, tendo atualmente 1540 lojas. Indicada como maior fabricante de
chocolates finos do Brasil, fechou o ano de 2013 com mais de Dois Bilhões de Reais de
faturamento e ao longo de sua trajetória não contou com entradas de capital internacional
entre seus investidores. A relevância do estudo é evidenciada, pois a empresa estudada é a
maior fabricante de chocolates finos no país. Sendo assim, o estudo tem o intuito de
demonstrar a trajetória de internacionalização da empresa Cacau Show.
Este trabalho está dividido em sete seções, sendo estruturado da seguinte forma: após a
introdução, a seção dois traz considerações sobre as decisões de investimentos e os modos de
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entrada em mercados internacionais. Em seguida, são consideradas as motivações, os riscos e
as dificuldades que envolvem o processo de internacionalização de empresas brasileiras. Em
seguida, é apresentado o Modelo de Uppsala, principal referência teórica entre as abordagens
comportamentais para internacionalização de empresas. Já a seção três apresenta o setor de
chocolates no Brasil e no mundo. A seção quatro apresenta a empresa Cacau Show e sua
importância no cenário brasileiro. A seção cinco apresenta os procedimentos metodológicos
considerados para a realização do estudo e finalmente tem-se a análise dos resultados na seção
seis e as considerações finais do estudo na seção sete.
1. REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 Decisões de Investimentos em Mercados Internacionais: A internacionalização
A globalização marca o cenário recente e o que temos vivenciado é o aprofundamento de
muitas das suas condicionantes tecnológicas, políticas e econômicas, sendo a
internacionalização comumente entendida como um processo sequencial. (TANURE, 2006).
A internacionalização é um fenômeno que permite as empresas tornarem-se mais
competitivas, no mercado interno e externo, pois permite explicar e compreender as
estratégias e as fontes de vantagem competitiva sustentável. As empresas parecem ganhar e
perder a sua posição competitiva na indústria, em virtude da sua própria atuação e de seus
concorrentes. (PORTER, 1989).
Ampliar a atuação em mercados internacionais conduz a organização inúmeros desafios e o
objetivo primordial da organização é o crescimento de mercado. O crescimento,
desenvolvimento e manutenção da organização num mercado internacional envolve um
processo de tomada de decisões um tanto quanto rápidas e cuidadosas, o que envolve decisões
gerenciais quanto ao volume de recursos que deverá ser empregado em processos de
internacionalização de atividades. (HONÓRIO, 2008).
O comércio e as relações internacionais têm prosperado de maneira relevante, otimizado,
especialmente, pela necessidade dos países mais favorecidos financeiramente de manterem
seus postos de liderança econômica. Segundo o WTO (2007) - World Trade Organization, o
comércio internacional tem movimentado em torno de dez trilhões de dólares por ano,
evidenciando o fato que nos últimos anos existe uma evolução significativa, devido
principalmente às mudanças econômicas e sociopolíticas dos países. (KUAZAQUI, 2009).
Essas decisões envolvem não somente as exigências específicas de cada indústria, mas devese
levar em consideração os meios que a organização irá utilizar para estabelecer suas
estratégias e modificar suas características organizacionais. (HONÓRIO, 2008).
A capacidade de recursos e as competências de uma empresa não precisam ser
necessariamente diferenciais poderosos para que a mesma atinja sucesso em sua
internacionalização. O primordial é traçar metas e estratégias adequadas de acordo com a
possibilidade da organização e com seus objetivos. (FISCHER, 2006).
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Tais estratégias se iniciam primeiramente com a decisão de investir em um mercado externo
com o objetivo de fazer parte do processo de expansão das vendas externas da empresa,
entender as razões e motivações que levam a organização a perpetuar essas ideias, ostentando
muitas características, tais como: abrir escritórios comerciais, armazéns, centros de
distribuição entre outros. (IGLESIAS E VEIGA, 2002).
Algumas dessas características são mais críticas do que as outras, dependendo em alguns
casos dos interesses corporativos particulares associados às atividades internacionais. Outro
aspecto importante refere-se às especificidades provenientes da entrada no mercado
internacional, observando os mercados – alvos que são diferentes do mercado doméstico e se
a empresa necessita de ações que denotam maior comprometimento de recursos com o
mercado estrangeiro. (HONÓRIO, 2008).
O estímulo para o incremento no mercado internacional, está sendo evidenciado em diversas
partes do mundo, seja através de ações governamentais ou tão somente por iniciativas do setor
privado, procurando promover comercialmente o segmento. No Brasil, essa prática vem
ocorrendo com alta intensidade, evidentemente a partir da década de 1990, com o objetivo de
promover uma atuação mais efetiva das empresas brasileiras nos negócios com outros países.
(ALÉM E CAVALCANTI, 2005).
Inúmeras pesquisas expostas diariamente em revistas e jornais que são realizadas no campo
dos negócios internacionais têm colocado em evidência o papel que determinadas
características organizacionais exercem em relação ao comportamento estratégico
internacional, salientando a dimensão da empresa e seu know how no âmbito internacional.
(HONÓRIO, 2008).
As competências evidenciadas em um ambiente empresarial têm os seguintes agentes de
mercado atuando: a empresa, seus fornecedores, seu grupo de apoio, seus intermediários,
empresas de logística, concorrentes, consumidores e públicos. Com isso pode-se conceber
uma cadeia de valor e com um maior poder de análise de desempenho empresarial, face aos
agentes diretamente ligados. (MACHADO, 2010).
Esse Know how deve receber uma atenção redobrada, pois nele se atribui a importância na
seleção do mercado-alvo internacional e também das outras estratégias para a entrada nesse
mercado. Portanto, a decisão de inserção no mercado-alvo internacional é fundamental e
deve-se embasar em estudos sobre o desenvolvimento de operações e a manutenção dos
relacionamentos nesse mercado estrangeiro. (HONÓRIO, 2008).
Finalmente, a partir da expansão internacional, as empresas são capazes de atingir novos
patamares de eficiência, em decorrência dos ganhos de escala e escopo, bem como da
possibilidade de acesso a fatores de produção a custos mais acessíveis. Em decorrência da
exposição a ambientes de mercado diferentes na qual a empresa passa atuar, surge a
diversificação, na qual a empresa passa a se empenhar para responder a assuntos antes menos
significantes que passam a significar pontos primordiais na internacionalização da empresa,
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