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Enviado por   •  14 de Abril de 2015  •  1.584 Palabras (7 Páginas)  •  121 Visitas

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Revista HISTEDBR On-line Resenha

Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.44, p.333-335, dez2011 - ISSN: 1676-2584 333

Resenha do livro:

MARTINS, André Silva. A Direita para o Social. A Educação da Sociabilidade no Brasil Contemporâneo. Juiz de Fora, Editora da UFJF, 2009, 279 p.

Resenha de Lorene Figueiredo1

Como escreveu Marx na Crítica a Filosofia do Direito de Hegel: “As armas da crítica não podem, de fato, substituir a crítica das armas; a força material tem de ser deposta por força material, mas a teoria também se converte em força material uma vez que se apossa dos homens”. O trabalho em foco filia-se a esta tradição/afirmação. Este livro é fruto da pesquisa de doutorado que objetivou responder as seguintes questões: - O empresariado no Brasil é de fato portador de um novo projeto para reordenar a sociabilidade? E também: - Se existe um novo projeto, em que consiste o seu conteúdo e quais são as estratégias de implementação?

O autor tem como referencial teórico mais amplo o marxismo e em especial a teoria do estado ampliado de Gramsci e a noção de sociabilidade deste autor. A atualização da teoria gramsciana é feita a partir de cuidadosa releitura da noção de estado relacional de Poulantzas e da categoria bloco no poder. A pesquisa utilizou uma robusta base empírica ancorada em fontes documentais e produção bibliográfica para captar o movimento da classe empresarial tanto no âmbito da sociedade civil quanto do aparelho de Estado. O desenvolvimento do estudo está apresentado em seis capítulos.

O primeiro capítulo se dedica a reconstituição do contexto histórico do século XX no qual as relações sociais de produção se complexificam tornando mais elaborados os mecanismos e os espaços de construção da sociabilidade. Neste capítulo também se apresentam os elementos de crise estrutural que colocam em xeque não só o padrão de acumulação de capital como os elementos superestruturais que o garantem necessitando de novo arranjo societal.

Além das condições estruturais, apresenta um rico quadro dos aparelhos culturais difusores de nova sociabilidade. No âmbito do Estado o modelo plasmado garantiu a relação tripartite entre capital e trabalho com a mediação do aparelho de estado. Para os demais países fora do centro desenvolvido este é o período de expansão do capital monopolista, das empresas multinacionais, de organismos que como aparelhos privados de hegemonia reorganizaram a produção da existência em âmbito mundial. Na América Latina, observamos o uso da coerção através das ditaduras militares para reforçar a posição de desenvolvimento associado e dependente que interessava a parcela do empresariado ligada ao grande capital estrangeiro e que já funcionava no sentido da financeirização crescente.

O segundo capítulo apresenta a saída conservadora para a crise do final do século XX. Caracteriza o neoliberalismo como base do posicionamento político assumido pela classe empresarial. MARTINS se concentra nos fundamentos ético - políticos da nova sociabilidade capitalista. O autor nos oferece uma análise primorosa das teses do principal intelectual crítico do keynesianismo: F. Hayek. É um importante exercício de recuperação dos fundamentos do pensamento liberal contemporâneo que serve de sustentação teórica

Revista HISTEDBR On-line Resenha

Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.44, p.333-335, dez2011 - ISSN: 1676-2584 334

para as escolas ortodoxas. MARTINS ressalta o caráter contraditório do pensamento de Hayek, seu elevado grau de abstração e a ideologia conservadora que o alimenta através das ferramentas teóricas já elencadas. Sintetizando assinala que a sociabilidade neoliberal tem no “individualismo como valor moral radical” e na concorrência seus fundamentos centrais, além disso, a democracia é vista como um instrumento utilitário para “salvaguardar a paz interna e a liberdade individual”.

No terceiro capítulo é apresentada a atualização do projeto liberal para o século XXI através do movimento chamado “Terceira Via” ou “Governança Progressista” analisando os fundamentos do programa em questão e sua referência no pensamento de F. Hayek busca demonstrar que esta “nova” sociabilidade é uma versão “requintada” do neoliberalismo.

São apresentados pelo autor com uma enorme riqueza de dados cuidadosamente ordenados os espaços e tempos de reorganização nos quais as lideranças mundiais se encontram sendo um exemplo a Cúpula de Governança Progressiva. MARTINS nos apresenta um quadro rico de elementos para pensar as atualizações do projeto liberal. A partir de Giddens e de Bresser Pereira, divulgadores do projeto são elencados os três pontos principais do programa: A sociedade civil ativa; o individualismo como valor moral radical, novo estado democrático.

Nosso autor comprova que se estas mudanças significaram a possibilidade de ampliar a valorização de capital pela exploração da área de proteção social. Por outro lado, exigem que o empresariado também assuma novas posturas reeducando e sendo reeducado em uma nova sociabilidade foco da análise da pesquisa. As propostas para a política educacional recebem especial atenção e é nesta seção que podemos identificar os aspectos agressivos e regressivos das políticas da Terceira Via que mantém as privatizações

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